Nosso compromisso é formar profissionais que compreendam o ser humano em sua totalidade, respeitando as diversas dimensões da existência e promovendo um cuidado verdadeiramente humanizado no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Esta abordagem ampliada considera os aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais como fundamentais para a compreensão da saúde integral. As práticas integrativas que ensinamos refletem este olhar multidimensional, trabalhando com recursos terapêuticos que respeitam e valorizam a totalidade do ser humano.

Nossa proposta educacional preenche uma importante lacuna formativa, capacitando profissionais para atuar com as PICS no contexto do Sistema Único de Saúde, ampliando o acesso da população a estas práticas e contribuindo para um cuidado mais humanizado e integral.

Desde então, houve significativas ampliações, com destaque para as Portarias nº 849/2017 e nº 702/2018, que expandiram o reconhecimento para 29 modalidades de práticas integrativas. Esta legitimação oficial cria um ambiente propício para a formação de profissionais e a implementação destas práticas nos serviços públicos de saúde.

O marco fundamental desta história ocorreu em 2006, com a implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, que institucionalizou inicialmente cinco práticas. O processo de expansão mais significativo aconteceu entre 2017 e 2018, quando o Ministério da Saúde reconheceu mais 24 práticas, ampliando o escopo para as atuais 29 modalidades oficialmente incorporadas ao SUS.

Nossa organização em núcleos de ensino especializados permite a abordagem aprofundada de cada prática, enquanto mantém a visão do todo. As parcerias institucionais ampliam o alcance de nossas atividades, e nossa infraestrutura foi cuidadosamente planejada para proporcionar ambientes adequados às especificidades de cada prática integrativa.

Valorizamos a aprendizagem colaborativa e interprofissional, criando espaços para a troca de saberes entre estudantes de diferentes formações. Todas as atividades são contextualizadas à realidade do Sistema Único de Saúde e das comunidades brasileiras, preparando os profissionais para aplicarem seus conhecimentos de forma adequada aos diversos cenários de atuação.

Com foco na prevenção de agravos e na recuperação da saúde por meios naturais, as PICS utilizam tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Estas práticas estimulam mecanismos naturais de promoção e recuperação da saúde mediante tecnologias eficazes e seguras.

A escuta acolhedora e o vínculo terapêutico são considerados elementos terapêuticos em si mesmos, permitindo a compreensão da pessoa em sua singularidade e o desenvolvimento de um plano de cuidados individualizado. A integração com o meio ambiente e a sociedade completa esta tríade de princípios, reconhecendo que a saúde individual está intrinsecamente ligada à saúde coletiva e planetária.

Além do impacto econômico positivo, as PICS promovem notável melhoria na qualidade de vida dos usuários, com altos índices de satisfação reportados em pesquisas. Sua integração ao SUS representa um avanço na democratização do acesso a diferentes racionalidades em saúde, respeitando a diversidade cultural brasileira e ampliando o princípio da integralidade do cuidado.

Este amplo leque de opções terapêuticas inclui sistemas médicos tradicionais completos (como a Medicina Tradicional Chinesa e o Ayurveda), práticas corporais (como Yoga e Tai Chi Chuan), práticas energéticas (como Reiki e Imposição de Mãos), terapias expressivas (como Arteterapia e Musicoterapia) e muitas outras abordagens que enriquecem o arsenal terapêutico disponível no sistema público de saúde brasileiro.

No Brasil, a acupuntura foi incorporada ao SUS em 2006 e pode ser praticada por profissionais de saúde com formação específica, de acordo com a Portaria 971/2006 do Ministério da Saúde. Os resultados das pesquisas científicas têm demonstrado a eficácia da acupuntura em diversas condições clínicas, com destaque para o manejo da dor, distúrbios neuromusculares e problemas relacionados ao estresse, contribuindo para a redução do uso de medicamentos e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

No contexto do SUS, a fitoterapia representa uma importante estratégia para ampliar as opções terapêuticas, reduzir custos e valorizar o conhecimento tradicional das comunidades. A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) lista 71 espécies vegetais com potencial terapêutico, orientando pesquisas e políticas públicas nesta área. A formação em fitoterapia no SUSic abrange desde o reconhecimento e cultivo adequado das plantas até a preparação e prescrição de fitoterápicos.

No Brasil, a homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina em 1980 e incorporada ao SUS em 2006. Sua abordagem individualizada e integral considera o paciente em suas dimensões física, psicológica, social e cultural, buscando compreender a totalidade dos sintomas para selecionar o medicamento mais adequado. O campo de atuação da homeopatia é amplo, sendo eficaz no tratamento de diversas condições agudas e crônicas, além de ter importante papel na prevenção de doenças e promoção da saúde.

Reconhecida como prática integrativa pelo SUS desde 2006, a Medicina Antroposófica atua de forma integrativa e complementar, utilizando diversos recursos terapêuticos para ampliar a abordagem clínica. Os medicamentos antroposóficos são preparados a partir de substâncias dos reinos mineral, vegetal e animal, conforme processos farmacêuticos específicos. No SUSic, a formação em Medicina Antroposófica proporciona aos profissionais uma compreensão ampliada do processo saúde-doença e recursos terapêuticos que respeitam e estimulam a integralidade do ser humano.

No contexto do SUS, as práticas corporais como o Yoga, o Tai Chi Chuan e o Lian Gong têm sido implementadas com sucesso em diversos serviços, especialmente na Atenção Básica, contribuindo para a prevenção e manejo de condições crônicas como hipertensão, ansiedade, depressão e dores crônicas. O SUSic oferece formação específica nestas modalidades, capacitando profissionais para conduzir grupos terapêuticos e adaptar as práticas às necessidades de diferentes públicos e contextos de atenção à saúde.

Especialmente relevante em contextos escolares, a TCI possibilita o fortalecimento da comunidade educativa através da valorização dos saberes locais e da promoção da resiliência coletiva. No âmbito do SUSic, a formação em Terapia Comunitária Integrativa capacita os profissionais para atuar como facilitadores de rodas de terapia comunitária, contribuindo para a prevenção do sofrimento psíquico e para a promoção da saúde mental em diferentes contextos, com ênfase especial nas comunidades escolares e outros espaços coletivos.

Reconhecido como prática integrativa pelo SUS desde 2017, o Reiki tem sido implementado em diversos serviços de saúde, mostrando resultados positivos no alívio da dor, redução da ansiedade e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. No SUSic, a formação em Reiki abrange desde os fundamentos filosóficos até a prática de diferentes técnicas e símbolos, permitindo que os profissionais incorporem esta ferramenta terapêutica em seus atendimentos, sempre respeitando a autonomia e as crenças dos usuários.

Incorporada ao SUS em 2017, a Arteterapia tem demonstrado resultados significativos no tratamento de diversas condições emocionais e psíquicas, sendo especialmente valiosa em casos onde a comunicação verbal é limitada, como com crianças, idosos com demência ou pessoas com traumas severos. No SUSic, a formação em Arteterapia prepara os profissionais para compreender os fundamentos teóricos da abordagem e aplicar diferentes técnicas artísticas com finalidade terapêutica, sempre considerando os contextos culturais e as singularidades dos indivíduos atendidos.

Reconhecida como prática integrativa pelo SUS em 2018, a Aromaterapia tem aplicações em diversas condições de saúde, desde problemas respiratórios e digestivos até distúrbios de ansiedade e estresse. No SUSic, a formação em Aromaterapia proporciona conhecimentos sobre as propriedades farmacológicas dos óleos essenciais, métodos seguros de aplicação terapêutica e protocolos específicos para diferentes condições de saúde, sempre embasados em evidências científicas e respeitando os princípios da prática segura.

Incorporada ao SUS em 2017, a Musicoterapia tem demonstrado resultados significativos em diversas condições, como transtornos neurológicos, autismo, depressão, ansiedade, dor crônica e reabilitação motora. No SUSic, a formação em Musicoterapia prepara os profissionais para compreender os fundamentos neurocientíficos da prática e aplicar diferentes técnicas musicoterapêuticas, como recriação musical, improvisação, composição e escuta receptiva, sempre considerando o contexto cultural e as preferências musicais de cada pessoa atendida.

Reconhecida como prática integrativa pelo SUS em 2018, a Apiterapia tem demonstrado resultados promissores em condições como infecções respiratórias, lesões cutâneas, doenças inflamatórias e déficits nutricionais. No SUSic, a formação em Apiterapia proporciona conhecimentos sobre as propriedades farmacológicas dos produtos apícolas, protocolos de tratamento para diferentes condições e medidas de segurança essenciais, especialmente relacionadas a reações alérgicas, possibilitando a incorporação segura desta prática ao arsenal terapêutico dos profissionais de saúde.

Esta abordagem holística fundamenta-se na teoria dos cinco elementos (éter, ar, fogo, água e terra) que compõem todas as substâncias do universo e, no ser humano, manifestam-se como três energias vitais ou doshas (Vata, Pitta e Kapha). O equilíbrio destas energias é considerado fundamental para a saúde, e o diagnóstico ayurvédico busca identificar desequilíbrios específicos para cada indivíduo. O tratamento envolve diversas modalidades, incluindo alimentação personalizada, fitoterapia, massagens terapêuticas (como Abhyanga e Shirodhara), práticas de purificação (Panchakarma), yoga e meditação, todas adaptadas à constituição única de cada pessoa.

Reconhecidas pelo SUS em 2017 (Osteopatia e Quiropraxia) e 2018 (Shiatsu), estas modalidades têm demonstrado resultados significativos no tratamento de condições como dores musculoesqueléticas, problemas posturais, distúrbios funcionais e estresse. No SUSic, a formação nestas práticas proporciona conhecimento teórico-prático sobre anatomia, fisiologia, biomecânica e técnicas específicas de avaliação e tratamento, capacitando os profissionais para uma abordagem segura e efetiva no contexto do sistema público de saúde.

A Meditação engloba um conjunto de práticas mentais que buscam a modificação da atenção para alcançar um estado de maior clareza e equilíbrio interno. Já a Medicina Tradicional Chinesa constitui um sistema médico complexo milenar que inclui, além da acupuntura, práticas como moxabustão, ventosaterapia, fitoterapia chinesa e dietoterapia chinesa, todas fundamentadas na teoria do Yin-Yang e dos Cinco Elementos. O SUSic proporciona formação especializada nestas e nas demais práticas reconhecidas pelo SUS, capacitando profissionais para sua aplicação adequada nos serviços públicos de saúde.

Nossos cursos são abertos a profissionais da saúde de todas as especialidades, educadores, profissionais da assistência social, terapeutas complementares e estudantes em formação nestas áreas. Esta heterogeneidade reproduz a realidade dos serviços de saúde, onde diferentes profissionais precisam trabalhar em equipe para oferecer um cuidado integral. A aprendizagem colaborativa entre diferentes disciplinas prepara os participantes para uma atuação mais integrada e complementar nos serviços do SUS, ampliando a capacidade de resposta às complexas necessidades de saúde da população.

Diferente do ensino multiprofissional tradicional, onde profissionais de diferentes áreas aprendem os mesmos conteúdos em paralelo, a educação interprofissional promove a interação efetiva entre os participantes, desenvolvendo competências colaborativas essenciais para o trabalho em equipe. Estas competências incluem comunicação interprofissional, clareza de papéis, resolução de conflitos, liderança colaborativa e funcionamento em equipe. No contexto das práticas integrativas, a EIP é especialmente valiosa, pois facilita a integração de diferentes saberes e abordagens terapêuticas em benefício do cuidado integral do usuário.

Outro aspecto relevante é a redução de preconceitos e a inclusão de novos saberes no sistema oficial de saúde, valorizando conhecimentos tradicionais e populares historicamente marginalizados. Isto fortalece a identidade cultural das comunidades e promove o diálogo intercultural necessário em um país diverso como o Brasil. Além disso, muitas PICS têm caráter coletivo e comunitário, fortalecendo redes de apoio social e estimulando o protagonismo das pessoas em seu processo de cuidado, contribuindo para a construção de comunidades mais solidárias e participativas.

Os projetos incluem práticas como meditação, yoga, automassagem, terapia comunitária e oficinas de plantas medicinais, adaptadas ao contexto escolar e às diferentes faixas etárias. Os resultados têm mostrado melhoria significativa no clima escolar, com redução de conflitos e violência, aumento da concentração e desempenho acadêmico dos estudantes, e diminuição do estresse e adoecimento entre professores e funcionários. Esta experiência evidencia o potencial das PICS como ferramentas de promoção da saúde no ambiente escolar, criando bases para um desenvolvimento integral e saudável.

Limitações de espaço físico adequado também representam um obstáculo significativo, especialmente para práticas corporais que necessitam de ambientes específicos. As restrições orçamentárias frequentemente dificultam a aquisição de insumos necessários e a capacitação continuada das equipes. O SUSic trabalha ativamente para superar estas barreiras através de estratégias educativas, advocacy junto a gestores, adaptação das práticas a diferentes contextos e desenvolvimento de modelos de implementação com baixo custo e alto impacto.

Ações de sensibilização e desmistificação das práticas integrativas, realizadas através de vivências e demonstrações práticas, têm sido eficazes para reduzir resistências e preconceitos. O envolvimento ativo da comunidade no processo de implementação garante que as práticas sejam culturalmente apropriadas e atendam às reais necessidades locais. Finalmente, o monitoramento e avaliação sistemática dos resultados, com indicadores claros de processo e impacto, têm sido fundamentais para demonstrar a efetividade das PICS e garantir apoio institucional contínuo para sua sustentabilidade.

As experiências mais bem-sucedidas envolvem parcerias formalizadas entre secretarias de saúde e educação, com definição clara de responsabilidades e fluxos de trabalho. Neste modelo, profissionais das unidades de saúde oferecem suporte técnico às escolas, incluindo capacitação para educadores, supervisão das práticas e atendimento a casos específicos identificados no ambiente escolar. As escolas, por sua vez, disponibilizam espaços e integram as PICS ao projeto pedagógico, potencializando seu impacto educativo. A participação ativa da comunidade, incluindo famílias e lideranças locais, completa esta rede de articulação, garantindo que as ações sejam culturalmente apropriadas e atendam às necessidades específicas do território.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) destaca a importância de práticas de cuidado diversificadas e culturalmente apropriadas, abrindo espaço para a incorporação das PICS no cotidiano das unidades básicas de saúde. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) reforça o papel das PICS como estratégias de promoção da autonomia e do autocuidado. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) fornece o marco regulatório específico, garantindo legitimidade e financiamento para estas práticas no SUS. O Programa Saúde na Escola (PSE) estabelece a ponte entre os setores de saúde e educação, facilitando a implantação das PICS em ambientes educacionais.

Estas ferramentas abrangem diferentes dimensões do trabalho interprofissional, como comunicação, clareza de papéis, funcionamento em equipe, resolução de conflitos e liderança colaborativa. A avaliação é realizada em diferentes momentos do processo formativo, utilizando metodologias quantitativas e qualitativas complementares. Os resultados destas avaliações são utilizados tanto para o feedback individualizado aos participantes quanto para o aprimoramento contínuo das estratégias pedagógicas utilizadas, garantindo que a formação esteja efetivamente desenvolvendo as competências necessárias para uma prática colaborativa centrada nas necessidades das pessoas e comunidades.

No âmbito profissional, observamos a incorporação das práticas integrativas na rotina dos serviços, com ampliação do leque de ofertas terapêuticas e abordagens mais acolhedoras e centradas na pessoa. Muitos profissionais tornam-se referências em PICS em suas instituições, liderando a implementação de programas e formando novos profissionais. No nível comunitário, as transformações incluem o fortalecimento de redes de apoio, a valorização de saberes populares e tradicionais, e o empoderamento das pessoas para o autocuidado e a participação nas decisões sobre sua saúde.

A humanização da atenção é outro aspecto fundamental, uma vez que as PICS valorizam a escuta acolhedora, o vínculo terapêutico e o protagonismo da pessoa em seu processo de cuidado. Adicionalmente, a incorporação das práticas integrativas contribui para a racionalização de recursos no SUS, reduzindo a dependência de medicamentos e procedimentos de alto custo, e para a promoção da equidade, ao valorizar saberes tradicionais e ampliar o acesso a diferentes racionalidades em saúde, especialmente para populações historicamente marginalizadas.

Estabeleceremos novas parcerias institucionais estratégicas com universidades, secretarias de saúde e organizações internacionais, fortalecendo nossa base de apoio e ampliando o alcance de nossas atividades. Investiremos também no desenvolvimento de pesquisas sobre a efetividade das PICS e metodologias inovadoras de implementação, contribuindo para a construção de evidências científicas neste campo. Um passo fundamental será a expansão territorial, com a criação de polos regionais do SUSic em diferentes estados brasileiros, respeitando as diversidades culturais e necessidades locais.

Para profissionais de saúde já atuantes, nossas formações oferecem a oportunidade de ampliar seu repertório terapêutico e desenvolver uma visão mais abrangente do processo saúde-doença. Educadores encontrarão ferramentas valiosas para promover saúde e bem-estar no ambiente escolar. Terapeutas complementares poderão aprofundar seus conhecimentos e obter certificação para atuar no SUS. E estudantes das áreas de saúde terão a chance de iniciar sua jornada profissional com uma perspectiva diferenciada. Independentemente de sua formação, se você acredita no potencial transformador das práticas integrativas, temos um lugar para você!